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Hitória do café exibida na página de curiosidades

Café faz Bem

O CAFÉ FAZ BEM?

Café não é remédio, mas a comunidade médico-científica já considera a planta como sendo funcional, ou seja, previne doenças mantendo a saúde e com propriedades nutritivas e farmacêuticas. Além da cafeína, o café contém potássio, zinco, ferro, magnésio e diversos outros minerais. O grão do café também possui aminoácidos, proteínas, lipídeos, além de açúcares e polissacarídeos. Mas o principal destaque está para a enorme quantidade de polifenóis antioxidantes, também chamados de ácidos clorogênicos.

A maior parte das pessoas que toma café diariamente imagina que ele contenha apenas – ou principalmente – cafeína. Grande engano: sua composição tem de 1 a 2,5 % de cafeína e muitas outras substâncias em maior quantidade:

• Grande variedade de minerais como potássio, zinco, magnésio, cálcio, sódio, ferro e manganês

• Aminoácidos

• Lipídeos como triglicerídeos e ácidos graxos livres

• Açúcares como frutose e polissacarídeos

• Vitamina B3

• Ácidos clorogênicos – que são antioxidantes – na proporção de 7 a 10%

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O CAFÉ NAS MINAS GERAIS

As regiões do Sul de Minas Gerais e do Serrado Mineiro sozinhas são responsáveis atualmente por 25% da produção de café do país que é o maior produtor do mundo e responsável por 32% da produção mundial. A produção do Vietnã, segundo maior produtor, não chega à metade da produção brasileira.

Fazenda São Carlos – Foto de Mario Amaral Filho

Fazenda São Carlos – Foto de Mario Amaral Filho

Minas Gerais e suas regiões são hoje as áreas mais desenvolvidas no cultivo, colheita e beneficiamento do café. Não por acaso, suas micro-regiões também produzem o melhor café do Brasil, em função da riqueza de seu solo, das altitudes elevadas, clima ameno durante todo o ano e da mão de obra especializada com alta capacitação dos cafeicultores.

A Fazenda São Carlos, localizada ao sul das Minas Gerais, há mais de 40 anos é parte integrante da hegemonia brasileira no cultivo do café e em parte responsável pelo reconhecimento internacional de qualidade dos grãos de Arábica do Brasil.

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O CAFÉ NO BRASIL

O primeiro pé de café teria sido plantado no estado do Pará, em 1727. De acordo com a lenda, o governador do Brasil estaria procurando tomar uma parcela do seleto mercado fornecedor de café e teria enviado o sargento-mor Francisco de Mello Palheta para que roubasse sementes da Guiana Francesa sob pretexto de restabelecer a fronteira violada pelos franceses. Decidiu por não penetrar os domínios fortemente guardados das fazendas de café e usou seu charme pessoal para persuadir a Primeira Dama. O irresistível Palheta deixou o jantar de Estado, organizado em ocasião de sua despedida, com um vaso de plantas em que havia uma muda de café-arábico entre elas. As duas missões foram cumpridas e o café chega ao Brasil.

Francisco de Melo palheta

Francisco de Melo palheta


As condições climáticas não eram as melhores nessa primeira escolha e, entre 1800 e 1850, tentou-se o cultivo noutras regiões: o desembargador João Alberto Castelo Branco levou mudas ao Vale do Paraíba e seu cultivo espalhou-se rapidamente pelos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e das Minas Gerais, promovendo o desenvolvimento econômico e social, abrindo estradas, formando povoações, gerando riquezas e marcando o início de um dos mais importantes ciclos econômicos da nossa história: O Ciclo do Café.

Por quase um século, o café foi a grande riqueza brasileira, e as divisas geradas pela economia cafeeira aceleraram o desenvolvimento do Brasil e o inseriram nas relações internacionais de comércio. A cultura do café ocupou vales e montanhas, possibilitando o surgimento de cidades e dinamização de importantes centros urbanos por todo o interior do Estado de São Paulo, sul de Minas Gerais e norte do Paraná.

Ferrovias foram construídas para permitir o escoamento da produção, substituindo o transporte animal e impulsionando o comércio inter-regional de outras importantes mercadorias. O café trouxe grandes contingentes de imigrantes, consolidou a expansão da classe média, a diversificação de investimentos e até mesmo intensificou movimentos culturais. A partir de então o café e o povo brasileiro passam a ser indissociáveis.

mercadores de café no séc XIV

O CAFÉ PELO MUNDO

Comércio de café entre árabes e europeus - 1690

Comércio de café entre árabes e europeus – 1690


O café tornou-se a bebida do Islã e por ser uma bebida maometana, era proibida entre os cristãos. Seu consumo somente foi liberado após o Papa Clemente VIII ter provado o café em meados do século XVI.
Na Inglaterra, em 1652 foi inaugurada a primeira casa de café da Europa ocidental. Dois anos depois a Itália inaugura a segunda e em 1672 Paris abre as portas de seu primeiro café. Foi na França que, pela primeira vez, adicionou-se açúcar à bebida durante o reinado de Luís XIV, o Rei Sol.

Em sua peregrinação pelo mundo, o café chegou a Java e em seguida aos Países Baixos. Graças ao dinamismo e comércio marítimo holandês executado pela Cia das Índias Ocidentais, o café foi introduzido no Novo Mundo, espalhando-se pelas colônias francesas através de Gabriel de Clieu.

O café passa a ter importância nos mercados internacionais no decorrer do século XVIII, quando se transforma no principal alimento de luxo nos países do Ocidente. É este fato que estimula a sua cultura nas colônias tropicais da América e da Ásia. No entanto, o Brasil entra apenas tardiamente na lista dos grandes produtores.

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A ORIGEM DO CAFÉ

Consideram-se os altiplanos da Etópia como a região de origem do café, no início do século IX. A palavra “café” não é originária de Kaffa – local de origem da planta -, e sim da palavra árabe Kahwah, que significa “vinho” devido à importância que a planta passou a ter para as culturas árabes.

Conta a lenda que a infusão do café ocorreu por conta da observação de um pastor que vira seu rebanho adquirir vivacidade ao ingerir folhas e frutos do cafeeiro. Ao experimentar os frutos, o pastor ganhou mais disposição. Mas a infusão a partir do grão foi feita por um monge da região que, ao ser informado de tal propriedade, passou a utilizá-la para resistir ao sono enquanto orava.

As tribos africanas, que conheciam o café desde a antiguidade, moíam seus grãos e dele faziam uma pasta para alimentar animais e aumentar a força dos guerreiros. Seu cultivo estendeu-se inicialmente na Arábia propagando-se por todo o mundo árabe.

O conhecimento dos efeitos da bebida disseminou-se no século XVI e acredita-se que os grãos foram torrados pela primeira vez na Pérsia.

sultão em Meca bebendo café

Sultão em Meca bebendo café

O café, no entanto, teve inimigos mesmo entre os árabes, que consideravam suas propriedades contrárias às leis do profeta Maomé. Não tardou para que a bebida vencesse resistências e fosse adotada por doutores maometanos por acreditarem que ela favorecia a digestão, alegrava o espírito e afastava o sono.

Enquanto na Arábia o café recebeu nome de kahwah, em turco otomano era conhecido como kahve. A classificação Coffea Arabica foi dada apenas no século XVIII pelo naturalista sueco Carolus Linnaeus.